3. EUCARISTIA: UM SINAL DE VIDA!
EUCARISTIA: UM SINAL DE VIDA!
A Festa da Partilha
A festa de Corpus Christi é uma festa da manifestação do amor de Deus e uma festa da partilha e da fraternidade cristã. O nome, Corpus Christi, vem do latim e significa Corpo de Cristo. Embora a Eucaristia seja uma constante na vida da Igreja, essa data objetiva celebrar de maneira especial o mistério do sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.
Esta festa sempre acontece numa quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando Jesus Cristo realizou uma ceia com seus apóstolos e instituiu este sacramento.
Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue. Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado e se faz alimento para nos dar força para continuar nossa caminhada humana. Assim, Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós.
A festa do Corpo de Cristo teve origem em 1243, em Liege, na Bélgica. Iniciada por Juliana de Cornion, uma mulher consagrada que queria que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
No ano de 1264, o papa Urbano IV através da Bula Papal "Transiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a Santo Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
Santo Tomás de Aquino compôs o hino "Louva, ó Sião, o Salvador", ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia. A tradição da procissão com a hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274.
O 14º Congresso Eucarístico Nacional lembrava que a Eucaristia é fonte da missão e fonte da vida solidária. No Evangelho de São João, Jesus diz: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10).
A missão de Jesus é trazer a vida para todos e vida em abundância. Jesus veio para garantir que ninguém fique excluído do banquete da vida. Esse compromisso se estende a todos os cristãos e cristãs, uma vez que recebem, por meio do Batismo, a mesma missão.
A Eucaristia é, também, fonte de vida eterna, ou seja, sinal de plena comunhão com Deus. Jesus afirma no Evangelho de São João: "O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55-59). Assim, a Eucaristia torna-se um elemento importante para a aproximação de todos os sinais de vida anunciados por Jesus Cristo.
Garantia também de vida para os pobres: quando vemos a realidade dos pobres e excluídos que são afastados das garantias de uma vida digna, podemos dizer que aí não existe Eucaristia. A Eucaristia não combina com os sinais de morte. Ela sempre deve estar em plena sintonia com a vida e suas manifestações cotidianas. É aqui que reside o grande desafio para todos os cristãos e cristãs: fazer com que a Eucaristia seja um sinal de vida. Cuidar especialmente daqueles que são privados de uma boa qualidade de vida.
Se a sacramentalidade está tanto na Eucaristia quanto no Pobre, uma como a outra é sinal da presença de Jesus Cristo. Todos que recebem a Eucaristia devem ser tocados pelo amor aos pobres uma vez que lhes é negado o direito de uma vida digna.
São Paulo, na sua primeira carta aos Coríntios (11,17-29), quando fala da ceia do Senhor, mostra que a Eucaristia, desvinculada da "atitude de serviço", revela-se como sinal de contradição do mundo.
Adverte aqueles que na assembleia, durante a ceia, desprezam e humilham "os que nada têm". Parece que nas reuniões, alguns comiam e bebiam demais, enquanto outros, ao chegar na assembleia já não encontravam mais comida para saciar a fome. Possivelmente esse caso citado por São Paulo refere-se aos escravos e pobres que ficavam sem comida por estarem trabalhando até mais tarde, os "que nada são" e, portanto, os desprezados pelo mundo, os quais seriam a maioria na comunidade. "Deus escolheu o que no mundo não tem nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa" (I Cor 1,28).
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