5. MARIA DE TODAS(OS) NÓS



 Maria de todas(os) nós

Quando pousares teus olhos sobre o mundo, teu coração poderá sentir um pouquinho do que vai dentro de nós. 

Foste o que fomos, somos e seremos; estás presente na pureza de cada menina, nos sonhos de cada jovem, no amor de cada mãe e no silêncio de cada anciã. 



Estás continuamente a ouvir gritos de dor, cantos de amor, sonhos sufocados e risos forçados. 


No dia-a-dia de muitas existe a dor, a ingratidão, o machismo, a mão pesada e cruel, esmagando a doçura de quem só vive para servir; o pranto escondido, a ruga precoce, a mão calejada, que nunca se ausentou da casa, da roupa lavada, da comida na mesa e do cuidado dos seus. 

Um pouco de ti se esconde em outras Marias, em tantas Teresas, Anas e Luzias. 



Na irmã de caridade, na mãe de família, na mulher objeto, na mulher boia-fria, que luta por seus direitos e pelo bem de uma sociedade que a colocou em segundo plano. 


No fundo de uma aparente fraqueza, oculta-se uma força imensa, que só pode vir de Deus, que é a fortaleza dos fracos. 

Que cada mulher saiba ser o que tu foste: livre sem ser libertina, feminina sem ser feminista, forte e firme sem ser ditadora; que lute pelos mesmos direitos sem querer ser igual. 



Teu canto é um grito de libertação por todas as mulheres que já passaram por este mundo: pela mulher de teu tempo que nada valia; 

pela mulher medieval, que por poucas coisas foi queimada como bruxa; 

pela escrava negra, cujo filho foi vendido; pela mulher de nosso tempo, que ainda não se libertou; pela jovem viciada, prostituída e desorientada; pela mãe solteira e por todas as mulheres de todos os tempos, que, apesar de marginalizadas, continuam dando à sociedade um toque de graça e beleza. 

Como vês, na história de cada uma há um traço de discriminação e preconceito. E contigo não foi diferente. 

Todavia, soubeste ser livre. Não com uma liberdade ilusória, que consiste apenas em fazer tudo que se quer, mas em fazer a vontade de Deus. 



Foste feliz porque acreditaste, e no teu sim colocaste toda a tua vida, 

e foi ele quem te libertou. 



Queremos tua fé, queremos ser como tu. Independente do que somos, queremos tua presença de mãe, porque és mulher como nós e és Maria de todas nós. 
                                                                     Sílvia Aparecida Caetano Alves      
                                                                    
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Extraído do Mensageiro do Coração de Jesus de maio de 1990.


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