2. BEATO PAULO VI





Papa Paulo VI
(Giovanni Battista Montini)


Paulo VI é Beato. Na Missa celebrada na Praça São Pedro neste domingo, 19 de Outubro de 2014, na presença de 70 mil pessoas, o Papa Francisco, beatificou o Papa Montini, que  instituiu  o Sínodo, e  concluiu o Sínodo Extraordinário para a Família. Meditando o Evangelho do 29º  Domingo do  Tempo Comum, o Pontífice dedicou sua homilia  ao  Sínodo e ao  “timoneiro do  Concílio Vaticano  II”, Paulo VI, que soube “dar a Deus o que é de Deus”, dedicando  toda  a  sua vida a este “dever sacro, solene e gravíssimo: continuar  no tempo e  dilatar sobre a terra a missão de Cristo”. O Papa Emérito Bento XVI estava presente na cerimônia.



A imagem de Paulo VI sorridente com as mãos voltadas ao alto ilustrava a fachada da Basílica São Pedro, num domingo de céu azul e temperatura agradável. O rito de beatificação deu-se no início da celebração. O Bispo de Bréscia e Postulador da Causa, agradeceu ao Santo Padre pelo dom da Beatificação de Montini.


Francisco iniciou a homilia refletindo sobre a célebre frase pronunciada por Jesus "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", uma "resposta irônica" - observou Francisco - às provocações dos fariseus, e "uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama".



“Dar a Deus o que é de Deus” significa, por sua vez, “reconhecer e professar, mesmo diante de qualquer tipo de poder, que só Deus é o Senhor do homem e não há outro” - explicou o Papa - e “abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz”. E ressaltou, que devemos descobrir a cada dia esta novidade para vencer “o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus”:



Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!



Nisto – disse o Pontífice – “está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe”, e nisto reside a nossa esperança, “que não é uma fuga da realidade”, mas leva o cristão a fixar o olhar “na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos”.



Após, o Pontífice falou sobre o Sínodo Extraordinário dos Bispos, dizendo que pastores e leigos de todo o mundo trouxeram a Roma a voz de suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminhar na estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus:



Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança”.

O Papa pediu que o Espírito Santo que lhes permitiu “nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015”. 

Voltando seu olhar a seguir para Paulo VI, recordou as palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: “Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade”, para então afirmar:



“Sobre este grande Papa, este cristão corajoso, este apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!”.



Ao recordar trechos do diário do Papa Montini, após o encerramento do Concílio Vaticano, Francisco sublinhou que ele soube, “quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”. (JE)

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Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião da beatificação do Papa Paulo VI, realizou-se na Sala de Imprensa da Santa Sé uma  reunião (briefing) sobre Paulo VI. Pronunciaram-se no encontro, entre outros, o Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos, Cardeal Giovanni Battista Re e o Postulador da Causa de Beatificação, Padre Antonio Marrazzo. 

Afirmou o Cardeal Giovanni Battista Re, bresciano  como Montini e  seu ex-colaborador, que  o Papa
Paulo VI esteve no centro do encontro com os jornalistas. Um Papa genial, comprometido no diálogo com todos, dotado de uma grande espiritualidade,  O purpurado sublinhou o papel fundamental desempenhado por Paulo VI em levar o  Concílio Vaticano II à sua conclusão, para a seguir,  recordar que se deve a Montini a instituição do Sínodo. O Cardeal Re acentuou a modernidade encarnada pelo estilo e ação pastoral do novo Beato:

“Poucos como ele souberam entender as ansiedades,  expectativas e as aspirações dos homens e das mulheres de nosso tempo. Foi muito sensível aos desafios que a modernidade colocava à fé e nisto revelou-se um grande homem de diálogo”.

O Cardeal Re recordou que Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar ao exterior, com a histórica peregrinação à Terra Santa em janeiro de 1964. Paulo VI, definido pelo Papa Francisco como “a minha luz”, durante a sua juventude, foi um Papa próximo aos pobres. Fez vender sua tiara e o dinheiro obtido foi doado a Madre Teresa, para os seus pobres na Índia. Além disto, reformou profundamente a Cúria Romana. O Cardeal Re desejou que a Beatificação leve à redescoberta de Paulo VI:

O desejo é justamente este: que a beatificação de Paulo VI sirva para fazer conhecer mais este Papa e também em fazer acolher a grande mensagem que nos vem de toda a sua vida, que foi realmente rica de espiritualidade”.

Padre Marrazzo, por sua vez, recordou que não se beatifica somente o Papa, mas todo o homem Giovanni Battista Montini, evidenciando que Paulo VI sempre defendeu a vida, e o que é tocante portanto, é que o milagre que lhe permitiu subir às honras dos altares é justamente a cura de um feto gravemente doente, na 24ª semana, fato ocorrido há 13 anos nos Estados Unidos. O Postulador da Causa contou o final feliz do ocorrido após a oração dos pais a Paulo VI:

“Praticamente na 24ª semana de gravidez, tivemos uma regressão espontânea da patologia. E não somente: na 39ª semana a criança nasce, após 15 semanas de oração e de esperança, nasce em boas condições, completamente são com uma espontânea atividade de choro e de respiração”.

A criança, de 13 anos, é saudável. O Postulador explicou após, que nem ele, nem os seus pais – por questões de privacidade – estarão presentes na Beatificação. A imagem de Paulo VI que estará no tapete a ser exposto na fachada da Basílica é de uma fotografia de Peli Merisio e retrata Montini sorridente com as mãos elevadas em direção ao céu.

Também foi informado no encontro que o corpo do Beato permanecerá na sepultura atual, nas Grutas Vaticanas. A relíquia a ser apresentada ao Papa Francisco durante a celebração será uma teca, uma malha, manchada com sangue, que Paulo VI vestia em Manila quando sofreu um atentado.

Os representantes da Diocese de Brescia, Padre Lanzoni, e de Milão, Padre Milani, falaram de diversas iniciativas ligadas à beatificação. Em Brescia, terra natal do Beato, será realizado um Ano Montiniano que terá início no domingo da beatificação e se prolongará até 8 de dezembro de 2015. Em todas as paróquias brescianas e ambrosianas serão celebradas vigílias de oração. (JE)

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