11. VICENTINO
V I C E N T I N O
Quem, da vida na estrada caminhando,
Seguiu sempre vergéis e sombreados,
Quem, feliz, entre tanto deserdados,
Viu a dor, a miséria e foi andando.
Quem viu mães e crianças cobiçando
Resto de pão de lares abastados
E não parou... parai, ó desgraçados!
Cortejai vosso Rei que está passando!
Quem resiste a uma lágrima, que rola
Traduzindo uma dor, um desatino,
E não sente e não vibra e não consola,
Tem mais negro que vosso o seu destino,
Desconhece a doçura de uma esmola,
Não sabe o quanto é bom ser vicentino.
Joaquim da Conceição Vasconcellos Motta
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